11-2-2023
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) organizou, em conjunto com outras entidades, uma manifestação no dia 9 de Fevereiro para pedir melhores condições de trabalho, em frente ao Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).
Desde a hotelaria aos enfermeiros, Portugal está a sofrer várias greves nestas últimas semanas, e no Algarve não foi exceção.
No dia 9 foi mais um dia pela luta dos direitos dos trabalhadores na área da saúde.
A CGTP organizou uma greve em frente CHUA, em Faro, contando com discursos de representantes de diversos sindicados, e terminou com um desfile até à rotunda da N2, em forma de um cordão humano acompanhado de vários cartazes.
Alguns dos cartazes que se fizeram acompanhar diziam "Estamos em luta pelo aumento dos salários, pela reposição da retribuição dos feriados, por uma vida digna", "Contra o aumento de custo de vida, Aumento geral dos salários e pensões", e pedia-se em coro "Respeito".
Enfermeiros e médicos exigiram melhores condições de trabalho, um aumento do salário, melhores equipamentos, tudo o que foi pedido várias vezes ao ministro da Saúde, mas «zero respostas». Tornando-se, assim, a profissão pouco atrativa.
«As próprias condições do hospital são péssimas, em termos de condições de trabalho, em termos de instalações, de equipamentos, muitos equipamentos avariados, condições de funcionamento, condições que não permitem a prestação de um serviço com qualidade e também daquilo que são as condições de trabalho originam vários problemas como a saúde, a segurança no trabalho, são (...) problemas que duram há vários anos sem se resolverem», refere Tiago Jacinto, do sindicato da Hotelaria.
«Tem havido uma resistência por parte do governo, pois os salários são miseráveis, muitos destes trabalhadores recebem próximo do salário mínimo nacional. A malta não vive, sobrevive», acrescenta.
Tiago Jacinto promete, ainda, que vão continuar a lutar até alcançar algumas soluções ou respostas por parte do governo.
Rita Agostinho, que pertence ao sindicato dos médicos, refere que o Hospital de Faro, como é conhecido, foi inaugurado em 1980 e tinha «um serviço de urgência de que trabalhava 24 horas, tinha médicos, tinha internos, tinha pessoal suficiente para garantir cuidados de saúde aos moradores de Faro, ao arredor, e ao resto do Algarve».
Estes profissionais de saúde sentem, hoje, falta de tudo o que havia há anos atrás e não consegue garantir serviços de urgência como garantia, tem falta de médicos, sendo que 42 mil utentes estão sem médico de família, há dificuldades na pediatria e falta de anestesistas. Tudo isto traz à população farense, e não só, um limite de acesso aos cuidados hospitalares.
Por isso, lutaram contra esses problemas e os dos horários de trabalho, as renumerações de carreira e as suas progressões, a polinização da grelha de vencimentos e entre outros problemas associados, esperando que o ministro da Saúde dê respostas aos trabalhadores.
Os médicos lutaram e prometem continuar nos dias 8 e 9 de Março, «pelo sistema nacional de saúde e por mais condições de trabalho para uma resposta para todos mais eficiente e de qualidade».
Para além de outras áreas, a área ferroviária da CP continua em greve, sem nenhuma carruagem em movimento.
Texto e Fotos: Cátia Rodrigues
Estrela Do Amanhecer