1-2-2023
O café Calcinha, um dos mais antigos de Portugal, reabriu no dia 3 de Janeiro, e promete ter uma agenda cultural com muitas novidades.
Calcinha, um dos cafés mais antigos de Portugal, reabriu no início do mês de Janeiro, após estar fechado dois anos.
O seu recomeço tem vindo a ser frequentado regularmente por diversas pessoas, seja para almoçar, jantar, estudar ou mesmo conviver.
Uma rotina que começa desde o abrir às 8h00, limpa-se e serve-se até ao fechar, às 20h00. Tem sido o orgulhoso trabalho de Ricardo Vaz, responsável pelo espaço, Fernando, o seu pai, e pelo resto da equipa que fazem com que tudo funcione a cada dia no objetivo dos visitantes gostarem e voltarem.
A reabertura trouxe novidades para que se garanta a tradição, mas que tenha a importância de evoluir.
«Vamos ter espetáculos de stand-up comedy, um podcast uma vez por mês, vamos convidar pessoas que já frequentaram este café há alguns anos para contar histórias que passaram aqui e como era a vida aqui», destaca Ricardo Vaz, responsável pelo Calcinha.
Irá, também, ter «momentos de poesia e o resto será desvendado mais para a frente. Se tudo correr bem vai começar a partir de Fevereiro», acrescenta.
As novidades não acabam por aqui.
Em termos de produtos e refeições, há uma grande aposta na pastelaria e nas refeições tradicionais (por exemplo cozido ou bitoque à portuguesa), com a garantia de que há opções vegans.
Existe também diversos tipos de café como da Etiópia, Colômbia ou Brasil e têm cervejas louletanas, tal como "A Marafada", e não só.
«Existe vários tipos de café, em cada tipo que nós temos, fazemos uma torragem diferente, que dá sabores diferentes aos cafés. Na pastelaria, para além dos folhados típicos de Loulé, temos folhados de Loulé vegan. Temos alguma pastelaria vegan tal como o pastel de nata, croissants, palmiers, e temos os nossos bolos do dia que tem sido um sucesso como o de ananás e o brigadeiro».
Os pratos do dia são partilhados diariamente nas redes sociais e no quadro do espaço. Uma mistura entre o tradicional e o moderno.
Antes denominado por “Café Central” em 1928 por Prazeres & Reis, o nome “Calcinha” deu-se através de José Domingos Cavaco, em 1929, tornando-se, desde então, um local quase centenário, que surge como réplica de um café brasileiro.
Sítio antigo que, ao longo dos anos, foi frequentado pelas elites da cidade de Loulé e por grandes personalidades, tais como Frutuoso da Silva, Bernardo Lopes, Bexiga Peres, Pedro de Freitas, Reais Pinto, José Inês e António Aleixo, cujo a sua estátua fica situada na esplanada do café. O espaço é novamente visitado por todos, de passagem «obrigatória», visto que está em todos os roteiros da cidade, e é conhecido por todos os que ouvem o seu nome.
Um espaço da Câmara Municipal, que foi a concurso público e que foi acolhido por responsáveis que já tinham a experiência de organizar eventos e de gerir o café 8100, localizado no Parque Municipal da cidade, sendo o mesmo inaugurado há quatro anos, pelo mesmo dono.
Ricardo sente-se orgulhoso de estar a tomar conta do café «histórico», espera que o espaço cresça e que dê ainda mais vida à cidade com os eventos que vão ser organizados, pois «o inverno também importa».
Fotos e Texto: Cátia Rodrigues
Estrela do Amanhecer