15-11-2022
Selos, carimbos e envelopes voltaram a ser protagonistas na 13ªExposição Filatélica do Algarve, realizada no auditório da Junta de Freguesia de Armação de Pêra.
A Exposição Filatélica do Algarve ocorreu de 11 a 13 de Novembro e contou com 50 pessoas naturais ou residentes na região e, ainda, com participantes de Huelva, para exporem as suas coleções de selos, carimbos e envelopes.
Normalmente realiza-se duas exposições por ano, mas Armação de Pêra não quis ficar indiferente e aceitou o desafio de montar uma terceira pelo qual foi convidado.
O Núcleo Filatelista Bichinho do Selo, que pertence à Escola Básica de Armação de Pêra, ficou a cargo de organizar a Algarpex, com os temas da inauguração da sede dos escuteiros 598 e sobre o aniversário da Junta de Freguesia de Armação de Pêra.
Para o evento, vieram paletes de Évora para que se pudesse completar com mais expositores, visto que só havia duas, pertencentes à Associação Filatelia do Algarve (AFAL), sediada em Portimão.
Em cada palete estava exposto coleções de vários países do mundo e sobre os vários marcos da história.
Dos caminhos de ferro às estrelas de cinema, dos animais aos mosaicos, dos barcos tradicionais às conservas, do Pocahontas ao Rei Leão, de Macau a Espanha, houve de tudo um pouco para que a memória ou mesmo o espanto viesse ao de cima de cada visitante. E desenhos dedicados aos mais graúdos não faltaram.
A exposição obteve «um bom feedback» e foi considerada a que teve mais visitantes das três realizadas, ao ponto de virem pessoas de Tavira e de Évora.
As próximas exposições já têm previsão para Abril, com o tema da agricultura, e para Novembro de 2023, com um salão de filatelia com vários temas. A Algarpex será realizada pelo Núcleo de Filatelia dos Bombeiros, em Vila Real de Santo António,
Para além da organização do Núcleo, a ajuda também veio da Federação Portuguesa de Filatelia, pela Câmara Municipal de Silves, pela Junta de Freguesia e pela escola da vila, e pela AFAL em que esteve envolvido António Borralho, professor de referência e de conhecimentos «imensos».
O Núcleo Filatélico Bichinho do Selo, criado em 2012 e de cariz juvenil, conta com dez jovens e quatro adultos no ativo. A responsável é Manuela Lourenço, mas todos trabalham em equipa. Está aberto a todos os que queiram participar. O grupo reúne-se na sede dos escuteiros uma vez por semana.
Desde a criação do núcleo foram escolhidos vários temas.
A primeira exposição foi sobre o Pirate Week, inclusive criou-se um carimbo com o barco, depois passou pelas Marchas Populares, pelo grupo de teatro, houve duas exposições com o grupo de escuteiros, a inauguração da sede e os 30 anos do agrupamento. Para além disso, houve também sobre os carros clássicos, o aniversário do clube Armacenenses e uma com o tema da religião, em que o selo continha a Nossa Senhora dos Aflitos (uma das padroeiras da vila). Todos os temas eram diferentes, mas o que não mudava era os protagonistas principais das exposições, selos, carimbos e envelopes.
Não é ao acaso que Manuela Lourenço é responsável pelo Núcleo.
«Sou colecionadora de selos desde os meus oito anos. É uma terapia, no silêncio, e parece que tudo à volta desaparece. O selo conta uma história (…) que está a desaparecer, apesar da sua importância, porque as pessoas deixaram de escrever cartas. Os CTT ainda os vendem, só que como demora muito tempo, usam mais as etiquetas com cola ou com a máquina», conta Manuela Lourenço.
É através desta paixão, desde nova, que Manuela nunca mais largou os selos.
Mesmo que haja pessoas a adquirirem estas coleções, sente-se o desaparecimento e a falta de divulgação por parte das entidades, mesmo que haja incentivo para cativar a juventude.
«O selo português é muito bonito, países compram deste selo. Tem muita história, tenho pena de não serem divulgados. Por exemplo, faço de tema o escutismo, dentro do escutismo faz-se uma história, dentro das borboletas faz-se outra história. Pode-se sempre mudar de tema», acrescenta Manuela.
Como pouco se escreve cartas, o colecionador tem a missão de lutar para conseguir selos e os repetidos, faz-se a troca.
Uma curiosidade contada ao Estrela do Amanhecer, é que o carimbo tem uma particularidade. Os organismos apoiados fazem o carimbo para as exposições do plano de atividades que entregaram à Federação, de seguida a entidade faz o pedido aos CTT, a empresa trabalha à sua maneira e, por fim, é enviado para quem o pediu. A fim de 30 dias é enviado para o Museu dos Correios, em Lisboa, visto que o carimbo não pertence a ninguém, apenas aos CTT. O “Bichinho do Selo” já conta com carimbos de autoria no museu.
Fotos|Texto: Cátia Rodrigues
Estrela do Amanhecer